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China investe em ponte na Bahia que encarece 80%

China investe na ponte Salvador-Itaparica, que promete ser maior do que a Rio-Niterói. Custo sobe de R$ 5,5 bi para R$ 9 bi


Publicado no Diário do Porto



A ponte Salvador-Itaparica, que promete desbancar a Rio-Niterói como a maior do Brasil, teve seu orçamento elevado em cerca de 80%, passando de R$ 5,5 bilhões para R$ 9 bilhões, segundo o Governo da Bahia. A obra, que será feita na maior parte por investimentos de empresas da China, tinha previsão para começar em 2021, mas houve atrasos em desapropriações e no reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos. Agora, a promessa de início é para este ano, com prazo de quatro anos para o término.

A nova construção terá 12,4 km de extensão sobre a Baía de Todos-os- Santos, com mais 4,6 km de acessos viários a serem construídos em Salvador, totalizando 17 km. A ponte Rio-Niterói, incluindo acessos e trecho de 8,8 km sobre a Baía de Guanabara, chega a 13,2 km.


O governo baiano assinou contrato de concessão por 35 anos com o consórcio formado pelos grupos CCCC (China Communications Construction Company) e CR20 (China Railway 20 Bureau Group). A elevação do orçamento, antes mesmo de as obras começarem, está sendo justificada pelo governador Rui Costa (PT/BA) como reflexo do aumento dos insumos, como aço e cimento.


China investe em PPP


O contrato, na modalidade de PPP (Parceria Público-Privada) prevê que 80% dos investimentos devem ser da empresa concessionária, com direito à exploração do pedágio. Isso quer dizer que o aporte do governo baiano deve chegar a quase R$ 2 bilhões. Rui Costa está em seu segundo mandato, tendo sido reeleito no primeiro turno, em 2018.

Segundo os chineses, o conjunto da ponte estará entre as 100 maiores obras de infraestrutura do mundo. O projeto pretende que a nova ponte seja um indutor para o desenvolvimento do litoral ao sul da capital do Estado, com reflexos em todas as 17 cidades no entorno da Baía de Todos-os-Santos.


A maior ponte do mundo fica na China


A Bahia é a sede de grandes construtoras nacionais, entre elas a Odebrecht e a OAS, fortemente abaladas pelas consequências da Operação Lava Jato. Essas empresas chegaram a dominar o mercado de obras na América Latina, mas foram desestruturadas e viram seu espaço ocupado principalmente pelos chineses. Na China, o governo estimula suas empresas estatais e privadas a buscarem o exterior, como forma de ampliar suas exportações e influência geopolítica.


A CCCC é considerada a terceira maior empresa no ranking das grandes construtoras do mundo. Em 2017, ela comprou o controle da Concremat, tradicional empresa de engenharia que tem sede no Rio de Janeiro e escritórios em Salvador, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife e Manaus.


A empresa chinesa participou da construção daquela que é a maior ponte marítima do planeta, com 50 km, entre Hong Kong, Macau e Zhuhai, na China. Ela também já controla um porto privado em São Luís, no Maranhão, e tem projeto para uma laminadora de aço, no Pará.

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