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Desativação dos trens em Salvador completa 2 anos com obras do VLT paradas

Gasto com passagem subiu de R$ 0,50 para R$ 4,90. Consórcio responsável pelo projeto diz que cronograma está sendo rediscutido com governo. Por g1 BA e TV Bahia


Publicado no G1

Obra do VLT está parada — Foto: Reprodução/TV Bahia

A desativação dos trens do subúrbio de Salvador completou dois anos em fevereiro deste ano, com as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), sistema que deve ficar no lugar dos trens, paradas. O consórcio chinês responsável pelo projeto diz que o cronograma está sendo rediscutido com o Governo do Estado. Enquanto isso, moradores da região, que gastavam R$ 0,50 pelo serviço nos trens, sentem falta de uma alternativa mais barata de transporte público, já que a passagem do ônibus custa R$ 4,90, um custo que representa 880% a mais em cada passagem no bolso do consumidor. O serralheiro Marcos Silva, por exemplo, usava o trem todos os dias para trabalhar. Com a retirada do serviço, passou a usar ônibus ou vans do transporte clandestino.

Antes da parada, a operação, que acontecia há 160 anos, transportava cerca de seis mil pessoas por dia. Os trens ligavam o Subúrbio Ferroviário pela orla da Baía de Todos-os-Santos, em 10 estações, da Calçada a Paripe. "Sem esse trem, caiu o movimento e as vendas ficaram muito fracas", contou o pescador Valdemir Santos, que trabalha na região. A queda nas vendas de pescado no Porto das Sardinhas, no bairro São João do Cabrito, também foi ressaltada pelo líder comunitário Joceval Tibúrcio. "Essa conexão entre o peixe barato e a tarifa acessível do trem era o que permitia que as pessoas de baixa renda trabalhassem e levassem o sustento para casa", explicou. Os trens saíram de cena em fevereiro de 2021, depois de 160 anos de operação para dar lugar às obras do VLT. A concessionária chinesa Skyrail é responsável pela obra por meio de uma parceria público-privada com o Governo da Bahia.

Antes da parada, a operação, que acontecia há 160 anos, transportava cerca de seis mil pessoas por dia. Os trens ligavam o Subúrbio Ferroviário pela orla da Baía de Todos-os-Santos, em 10 estações, da Calçada a Paripe. "Sem esse trem, caiu o movimento e as vendas ficaram muito fracas", contou o pescador Valdemir Santos, que trabalha na região. A queda nas vendas de pescado no Porto das Sardinhas, no bairro São João do Cabrito, também foi ressaltada pelo líder comunitário Joceval Tibúrcio.

"Essa conexão entre o peixe barato e a tarifa acessível do trem era o que permitia que as pessoas de baixa renda trabalhassem e levassem o sustento para casa", explicou. Os trens saíram de cena em fevereiro de 2021, depois de 160 anos de operação para dar lugar às obras do VLT. A concessionária chinesa Skyrail é responsável pela obra por meio de uma parceria público-privada com o Governo da Bahia.

Pescadores trabalham às margens dos trilhos do trem — Foto: João Souza/g1 BA

A primeira fase do projeto prevê a construção de 21 estações em 19 km entre o Comércio, a Calçada, passando pelo subúrbio até a Ilha de São João, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador.

A segunda fase vai expandir o projeto até a Estação Acesso Norte do metrô de Salvador, com mais cinco estações em pouco mais de 4 km. Imagens aéreas gravadas em fevereiro de 2022 mostram que, na época, as obras estavam no que será o pátio de manutenção dos veículos na antiga Estação da Calçada. A área estava terraplanada e prédios estavam em construção. No entanto, imagens feitas na semana passada, mostram que pouco coisa mudou no local. As obras do VLT estão paradas e o valor total do projeto foi atualizado. Segundo o consórcio, o valor do contrato agora é de R$ 5,2 bilhões. Em nota, a Skyrail informou que o edital inicial correspondente à fase um previa investimento de R$ 1,5 bilhão. Com a inclusão da fase dois, o investimento passou para R$ 2,5 bilhões. O valor atual inclui custos de implantação e operacionais.


Primeiro trem do VLT do Subúrbio foi apresentado nesta quinta-feira — Foto: Divulgação / Skyrail Bahia

A empresa informou ainda que o cronograma está sendo rediscutido com o governo para que as obras sejam retomadas. O morador Sílvio Santos é dono de um estabelecimento comercial às margens dos trilhos do trem. Ele contou que foi comunicado pela empresa, que deveria deixar o local, mas que seria indenizado. "Pediram documentação e conta bancária. Tiraram fotos, está tudo assinado, mas não falaram sobre valores", afirmou. A produção da TV Bahia pediu esclarecimentos sobre as desapropriações para o Governo do Estado, mas não recebeu respostas até a última atualização desta reportagem.

Estação de trem de Periperi — Foto: João Souza/g1 BA

Linhas alternativas ao trem


Após a avaliação das linhas do Sistema Integrado de Transporte Coletivo que atendem a região do Subúrbio Ferroviário com percurso coincidente, integral ou parcialmente, ao trajeto realizado pelo trem foram definidas as linhas abaixo como principais alternativas:

  • 1614 - Itaigara X Mirantes de Periperi Via Brotas;

  • 1607 - Barra X Paripe Cocisa;

  • 1550 - Vista Alegre/Alto de Coutos/Estação Pirajá;

  • 1633 - Ondina X Mirantes de Periperi;

  • 1606-01 – Base Naval Barroquinha;

  • 1606-00 – Paripe X Barroquinha;

  • 1651 - Lapa X Base Naval Via Estrada Velha;

  • 1637 - Mirantes de Periperi - Imbuí/Boca do Rio;

  • 0706-00 - Nordeste - Joanes / Lobato;

  • 1642 - Lapa X Boa v. Lobato;

  • 1615 - Lapa X Plataforma;

  • 1568 - Barra X Faz. Coutos/vista Alegre;

  • L111 - Baixa Do Fiscal / Lobato – Brasilgás.

  • 1567 - Vista Alegre - Barra

  • 1608 – Paripe X Ribeira

  • 1635 – Joanes X Lobato X Rodoviária

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