DANIEL CARIBÉ

Eu entendo que a Semana da Mobilidade Antirracista, a primeira versão desse evento, foi muito positiva, porque a gente conseguiu congregar pessoas em diversos lugares do país e de diversas áreas da mobilidade urbana para estar aqui em Salvador, junto com a nossa experiência, discutindo caminhos para a gente tornar a mobilidade um instrumento de superação das desigualdades, da segregação, da pobreza, que aflinge principalmente a população negra do Brasil.

Então eu vejo que a gente conseguiu avançar muito, a gente conseguiu aprimorar muito a

ideia de mobilidade antirracista, a gente está conseguindo formar um campo em torno dessa ideia, e aqui nós demos um passo importante nesse sentido.

Então o meu sentimento pessoal é de uma realização pessoal muito grande, de ter, junto com o pessoal do Observatório da Mobilidade Urbana e do Instituto Equicidades, de conseguir trazer esse evento para Salvador e realizá-lo da melhor forma possível, e com a expectativa boa de que a gente consiga, no curto prazo já, colher bons frutos desse evento e que no longo prazo a gente consiga construir uma história muito rica de políticas, de práticas, de intervenções no campo da mobilidade, atravessado por políticas e práticas antirracistas.

Cada cidade tem sua experiência particular de racismo, e, portanto, precisa de práticas particulares de combate ao racismo, cada cidade também tem sua forma de combater esse racismo, que precisa ser incorporada nessa luta da mobilidade antirracista. E por que a gente precisa fazer essa ideia de mobilidade antirracista circular pelo país? A gente precisa que outros movimentos, outros militantes, outros coletivos, outros parlamentares, outros gestores públicos sejam defrontados com essa ideia da mobilidade antirracista pra que a gente consiga avançar um pouco mais a cada momento.