Reuniremos aqui imagens, vídeos, artigos de opinião e acadêmicos, matérias investigativas, notícias e documentos relacionados a três modais: o desativado Trem do Subúrbio, o projeto abandonado do VLT e o Monotrilho em implementação.
Este é o Acervo do Monotrilho do Subúrbio de Salvador. Poderia também ser chamado de “Acervo do VLT”, pois o projeto inicial do modal era exatamente esse, mas, através dos anos, muita coisa mudou, embora o Governo do Estado da Bahia ainda insista em utilizar o nome antigo.
Apesar de ser conhecimento da maioria do público, é sempre importante ressaltar que essa intervenção em específico é a substituição de um meio de transporte por outro. Portanto, ainda mais cercada de contradições, contestações, debates e inquietações. Para que ela fosse executada, saiu de cena um modal que, embora problemático (por causa de seu sucateamento contínuo), cumpria um importante papel em uma das regiões mais populosas da capital baiana.
Se há algo que podemos dizer, é que esse processo esteve e está muito longe de ser amigável. Além dos questionamentos de ativistas, especialistas em mobilidade urbana e demais entidades da sociedade, as inquietações e preocupações principais eram e são do grupo que será mais afetado por ele: a população do próprio Subúrbio, vizinha ou não à linha do trem.
É impossível não falar das marisqueiras e marisqueiros, pescadoras e pescadores do Porto da Sardinha, no São João do Cabrito, que perderam o velho trem e agora precisam lidar com a recusa de grande parte dos ônibus do STCO (Sistema de Transporte Coletivo por Ônibus de Salvador) em transportá-los. Também não dá para deixar de fora a população de baixa renda, que, majoritariamente, usava o trem e agora precisa desembolsar R$ 4,40 para se locomover - isso quando consegue. E o que dizer de quem precisou deixar suas casas para o avanço das obras e não foi dignamente indenizado?
Para além dessas questões, traremos também um histórico do que é esse projeto do monotrilho. Passando pela ideia inicial do governo estadual, que era construir um sistema de Veículo Leve sobre Trilhos por onde os trens passavam - onde existe uma disponibilidade maior de documentos, chegando ao que está sendo feito atualmente e difere bastante do que foi pensado: composições trafegando em cima de vigas de concreto. Afinal, é preciso também apresentar o que será feito - quantidade de estações, trens, extensão e outros detalhes técnicos próprios do novo modal.
Como chegamos até isso? E como estamos atualmente? Para responder a essas e outras questões que possam surgir, trazemos uma série de documentos, artigos de opinião e trabalhos acadêmicos sobre o VLT, ideia inicial, além do monotrilho, obra que está sendo executada.
E, claro, para se falar do futuro, é preciso também relembrar o passado. Por isso, este acervo também tem uma seção dedicada ao velho trem, que, por mais de 1 século, transportou milhões e milhões de pessoas - até mesmo para o interior do estado quando ainda chegava lá. São trabalhos acadêmicos, documentários, reportagens e até mesmo relatórios de gestão, onde é possível encontrar as ações que o poder público em diferentes esferas (estadual e federal) afirma ter tomado enquanto administrou o sistema.
Assim como o acervo da Ponte Salvador-Itaparica, o acervo Mobilidade e Gênero, e os demais que ainda serão lançados, este também nunca será finalizado. Daqui a algumas décadas, é bem possível que as discussões ainda estejam acontecendo. Certamente estaremos debatendo se construir um monotrilho, tecnologia bastante incipiente no Brasil, foi realmente acertado, ao invés de se reaproveitar a linha férrea que já existia. E, assim como todos os outros acervos, este também é colaborativo. Portanto, se você tem algum material relacionado ao tema ou caso queira escrever um artigo, entre em contato.
Daniel Brito
Coordenador do Acervo do Monotrilho
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