Com início em 29 de março de 2018, após a assinatura da ordem de serviço para os 2,9 km da primeira das três etapas do BRT, todas as obras do sistema de transporte público devem ser finalizadas até o primeiro semestre de 2022. Por Thiago Conceição
Postado no Jornal A Tarde
O anúncio de novas mudanças no tráfego da avenida ACM, executadas no último dia 17 pela prefeitura de Salvador por causa do avanço das obras do BRT (Bus Rapid Transit), traz o debate sobre o estágio do projeto e os impactos esperados para a mobilidade da capital baiana. Com início em 29 de março de 2018, após a assinatura da ordem de serviço para os 2,9 km da primeira das três etapas do BRT, todas as obras do sistema de transporte público devem ser finalizadas até o primeiro semestre de 2022.
A previsão é feita pelo secretário municipal de Mobilidade, Fábio Mota, que ainda revela a conclusão dos viadutos e elevados que fazem parte do projeto BRT Salvador até o final de dezembro deste ano. O primeiro trecho do sistema, que liga o Parque da Cidade ao Iguatemi, onde ficará uma estação de integração BRT/Metrô, entrará em operação no primeiro semestre de 2021, destaca Mota.
"Até o momento, as obras do BRT avançam dentro do que foi pensado para o projeto. Até dezembro, o complexo de viadutos e elevados que facilitarão o fluxo de veículos estarão finalizados. Além disso, o trecho um deve entrar em operação ainda no primeiro semestre de 2021, ao tempo que o trecho dois já tem obras iniciadas e o três está na etapa final de estudo do projeto", diz o secretário.
Estrutura
As obras viárias da primeira etapa do BRT contemplam três viadutos, o do sentido Parque da Cidade e Lucaia, o do Parque da Cidade e Iguatemi e o outro no Iguatemi. Com 5,5 km, a segunda etapa do sistema vai ligar a Estação da Lapa ao Parque da Cidade. A terceira e última etapa vai ligar o Parque da Cidade ao Posto dos Namorados, na Pituba. Já são mais de R$ 800 milhões em recursos aprovados pelo governo federal para a implantação dos dois primeiros trechos, segundo a prefeitura.
Com a utilização de corredores exclusivos, o sistema BRT da capital será composto por três linhas e 10 estações. A linha Expressa será destinada para os ônibus que saem de uma estação direto para a outra, sem parar nas intermediárias. A linha Paradeira é voltada aos ônibus que vão parando de ponto em ponto até chegar na estação seguinte. A terceira e última linha, a Expandida, será voltada para os ônibus que percorrem parte do percurso do BRT, saem para pegar passageiros nos bairros adjacentes e voltam para a rota exclusiva do sistema.
Impacto
Segundo o secretário Fábio Mota, a estrutura do BRT foi montada para melhorar a mobilidade das pessoas. "Hoje, de cada 10 viagens de ônibus que são feitas na capital, sete têm origem na área do BRT. Além disso, regiões como a Vasco, o Nordeste, entre outras próximas, têm uma densidade de pessoas que é maior que as das áreas atendidas pelo Metrô. E o sistema de transporte público será integrado com o próprio Metrô, oferecendo mais opções com o pagamento de uma mesma tarifa", afirma.
Do ponto de vista da economia, o secretário afirma que questões como a possibilidade de melhoria da qualidade de vida das pessoas, pela melhoria da mobilidade urbana, traz a prospecção de novos negócios para a capital.
"A qualidade de vida gerada por melhorias na mobilidade urbana é fator atrativo para a instalação de novos negócios em Salvador. pois as pessoas passam a perder menos tempo em engarrafamentos. Como resultado, todo um sistema econômico avança", diz.
Infraestrutura
Além dos impactos no âmbito do transporte público e um possível avanço econômico, Mota diz que o BRT vai resolver problemas de infraestrutura que são históricos na capital e trazem dor de cabeça para as pessoas.
"Os alagamentos comuns em vias como a Juracy Magalhães e a Avenida ACM, que ocorrem com as fortes chuvas, serão resolvidos deforma definitiva com as obras que serão feitas nos canais", afirma Mota.
Desafio urbano
O superintendente da Transalvador, Fabrizzio Muller, afirma que o BRT é um projeto que vai contribuir para a prevenção de um colapso urbano causado pelo crescimento das cidades, em especial as capitais do país.
"Esse projeto tem como foco principal o transporte público. E o investimento neste setor é prioritário, pois o os centros urbanos irão travar se as pessoas continuarem usando meios de transporte mais individuais, a exemplo do carro. E soluções como o rodízio urbano, adotado em algumas grandes cidades, são paliativas, não resolvem o problema", afirma Muller.
Para o superintendente, apesar de necessárias, intervenções grandes como a do BRT trazem transtornos para a população, em especial nas questões relacionadas com o trânsito.
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