Publicado no G1 Bahia (24/09/2021)
Marisqueiros e pescadores fizeram um protesto no bairro de Paripe, no subúrbio ferroviário de Salvador, na manhã desta sexta-feira (24). Eles reclamam do encerramento das atividades dos trens que ligavam a região ao bairro da Calçada, já que agora precisam pagar um valor mais elevado pela passagem, para se deslocarem e venderem os pescados.
Antes de os trens pararem de circular, os trabalhadores pagavam R$0,50 de passagem no trem. Agora, precisam desembolsar R$ 4,40, preço cobrado no transporte coletivo na capital baiana. Para eles, o custo pesa no orçamento.
Jorge Santos, representante das categorias informou que as vendas caíram drasticamente, já que muitos deixaram de sair para vender pescados. Alguns estão sobrevivendo com a venda de reciclados, que não dão o mesmo lucro, e enfrentam dificuldades financeiras.
Os trabalhadores também dizem que alguns rodoviários impedem que eles embarquem nos ônibus carregando peixes ou mariscos, já que os passageiros se queixam do odor exalado pelas mercadorias.
"Os motoristas simplesmente fecham as portas. Na realidade, o pessoal que está bem arrumado não quer ninguém com um balde de peixe do lado. Estamos fora da grande sociedade, essa é a verdade. Nós queremos levar o peixe ao consumidor e não conseguimos trabalhar”.
O sistema de trens foi desativado para dar lugar ao VLT. Os trilhos já foram fechados para as obras do novo modal, que estão em andamento. Os trens deixaram de funcionar no dia 15 de fevereiro. No início de agosto, os trabalhadores fizeram outro protesto, reclamando do encerramento das linhas de trem, mas não adiantou.
A Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano (Sedur) informou que está aberta ao diálogo com a população, mas disse que não recebeu nenhuma solicitação para tratar sobre a questão. O órgão informou também que o transporte alternativo é de responsabilidade da prefeitura de Salvador.
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